A Brazuca

Antonio Adolfo & A Brazuca

ODEON (1969)

DIRETOR MUSICAL: LYRIO PANICALI – DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: MILTON MIRANDA – CAPA: VICTOR FERNANDO – FOTOS: VICTOR FERNANDO / CARLOS RIBEIRO / FRANK CORRÊA

 

 

Antes de lançar o grupo A Brazuca, em 1969, o pianista e compositor Antonio Adolfo (carioca de 1947) já tinha uma carreira musical considerável. Depois de freqüentar as jam sessions do Beco das Garrafas, formou o bossa-novista Trio 3-D, com o qual gravou três álbuns. Ao conhecer o compositor Tibério Gaspar, que se tornou seu parceiro, em 1967, sua música deu uma guinada. Os dois investiram num estilo pop de canção brasileira, a chamada toada moderna, que logo rendeu sucessos, como Sá Marina e Juliana. O disco de estréia de Adolfo com a Brazuca - formada por Bimba e Julie (vocais), Luiz Cláudio (guitarra), Luizão Maia (baixo) e Vitor Manga (bateria) - já começa com o hit Juliana ("Num fim de tarde, meio de dezembro/ Ainda me lembro, posso até contar/ O sol caía dentro do horizonte/Juliana viu o amor chegar"). Com um naipe de metais à James Brown, o arranjo de Adolfo não esconde sua vocação pop, assim como a canção Futilirama (Mariozinho Rocha/ Fernando Leporace) remete ao ainda recente tropicalismo. O piano elétrico do líder colore com timbres e efeitos contemporâneos tanto uma canção mais convencional, como Pelas ruas do meu bairro (Luiz Fernando Fonseca/ Luiz Cláudio), até a valsinha pop Teletema, outro sucesso do grupo. Na contracapa, ninguém menos que Roberto Carlos avaliza a toada moderna de Adolfo e Gaspar: "Prefiro uma música antiga com um som novo, do que uma música nova com um som antigo. Fico feliz em ver que a Brazuca pensa como eu". Pena que o "Rei" tenha deixado de pensar assim há muito tempo. (C.C.)


[da: “300 DISCOS IMPORTANTES DA MÚSICA BRASILEIRA”, pag 78]