Em Londres, Caetano Veloso saia no selo Famous/ GW, do produtor Ralph Mace, que dirigiu a gravaçao com o americano Lou Reizner. Recados de deportado nas letras, a maioria em inglês, o disco ainda realizava as aspirações de pop planetário do Tropicalismo, só captadas no exterior três décadas depois. Caetano ritualizava de forma ambigua a cidade do exílio (London, London) e deplorava a partida (A little more blue). “Eles estão à minha caça/ sob o sol quente de um dia de Natal/ mas não vão me encontrar”, escapa em In the hot sun of a Christmas day, parceria com Gil. Marinheiro só ressurge turbinado por guitarras (If you hold a stone) com citação de Quero voltar pra Bahia, do pernambucano Paulo Diniz, de 1970, que aludia ao exilio de Caetano.

A aguda canção-epístola Maria Bethânia rompe o “tempo comercial” da faixa no impactante scat final. Caetano mastiga sílabas como os cantadores nordestinos, numa epifania de quase ste minutos. A releitura expressionista do megaclássico Asa Branca vai além. E faz ecoar por entre a pronúncia matuta as rachaduras sociaus do país.