CINEMA TRANSCENDENTAL

Álbum originalmente lançado em 1979

Texto de Ana Maria Bahiana

Os 70 iam terminando e Caetano, na praia, olhava para o infinito. Da prisão ao exílio, a volta à briga com crítica, a anistia, ganhos e perdas.

O poder da canção prevalece no trabalho, unificando um repertório diverso, nascido predominantemente da vida na estrada com sua A Outra Banda da Terra nos circuito dos shows de Muito: as saudades de Torquato Neto num encontro com o pai dele em Teresina (Cajuína), a inspiração de Aracaju sobre Vinícius Cantuária e Tomás Improta, então músicos da banda (Aracaju), as memórias da infância em Santo Amaro (Trilhos urbanos), o verso de um repente de Elomar mesclando-se a retalhos do carnaval de Salvador (Beleza pura), imagens do surfista Petit evocadas por e para Baby Consuelo (Menino do Rio).

Sucesso maciço de vendas, Cinema transcendental equilibra, para Caetano, a balança de uma década difícil e prolífica.