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  • NOTA SU: Mas Que Nada

    samba de Jorge Ben (1963)

    Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello

    Na própria letra de "Mas Que Nada", Jorge Ben afirma que seu samba é um "misto de maracatu" ("Este samba que é misto de maracatu / é samba de preto velho / samba de preto tu"). Com efeito, "Mas Que Nada" e as outras composições de seu elepê de estréia, Samba esquema novo — que vendeu cem mil cópias em dois meses —, são um misto de samba e maracatu, com melodias e harmonias simplórias, quase primitivas, concentrando-se a ênfase no ritmo, que ele comanda com seu violão percussívo. Complementam o estilo as letras também muito simples, cheias de palavras inventadas, de função apenas rítmica, que o compositor canta com voz personalíssima, absolutamente adequada ao repertório. "Mas Que Nada" tornou-se conhecida no exterior pela versão americanizada de Sérgio Mendes e seu grupo Brasil 66, ao qual faltava exatamente o forte de Ben, ou seja, o balanço. Sem ser antigo nem moderno, mas exibindo influências de rock e bossa nova, Jorge Ben teve no início de carreira trânsito livre nos programas de maior sucesso na tevê como "O Fino da Bossa" e "Jovem Guarda". Já na terceira década de atividade, ele mudaria o nome para Jorge Ben Jor.

    Fonte: Livro A Canção no Tempo - 85 anos de Música Brasileira Vol. 2, 1a edição, 1997, editora 34, p. 67