Cultura e civilização

Gal CostaMaria de Graça Costa Penna Burgos. Salvador, 26/9/1945 - São Paulo, 9/11/2022
  (voz)

Lanny GordinAlexander "Lanny" Gordin. Shanghai, 28/11/1951
  (baixo, chitarra base, guitarra solo)

Rogério DupratRio de Janeiro, 7/2/1932 - 26/10/2006
  (arranjo, direção musical)

Eduardo Portes de Souza
  (bateria)

Diógenes Burani Digrado filho
  (bateria)

Jards Anet da Silva
  (violão)

Rodolpho Grani Junior
  (baixo)

A cultura, a civilização
Elas que se danem
Ou não

Somente me interessam
Contanto que me deixem meu licor de genipapo
O papo
Das noites de São João
Somente me interessam
Contanto que me deixem meu cabelo belo
Meu cabelo belo
Como a juba de um leão
Contanto que me deixem
Ficar na minha
Contanto que me deixem
Ficar com minha vida na mão
Minha vida na mão
Minha vida

A cultura, a civilização
Elas que se danem
Ou não

Eu gosto mesmo
É de comer com coentro
Eu gosto mesmo
É de ficar por dentro
Como eu estive algum tempo
Na barriga de Claudina
Uma velha baiana
Cem por cento


© Gege Edições Musicais ltda (Brasil e América do Sul) / Preta Music (Resto do mundo)
68529036


Nota:
   "Depois dos rebeldes com causa, os rebeldes sem causa: derrubando os muros e as prateleiras. A cultura e a civilização que se danem ou não, pouco importa; sou inaugural, seminal; ponto zero: aqui começa outra história. Essa a expressão do dístico, slogan de época, placa, palavra de ordem. Em seguida, a afirmação do particular, do eu indivíduo, baiano. Quero estar no turbilhão das ruas, no olho do furacão do meu tempo, mas também quero paz; viver o tempo histórico, mas trazer até ele a história do meu passado, os elementos formadores do meu cerne. Como mostra o jogo desses contrastes, não se trata de um mergulho irracional na rebeldia. O dístico é niilista, mas os versos seguintes, ao contrário de justificá-lo, são preservadores."