Irene

Registrato nel dicembre del 1970. Il piano è preparato con viti e gomma tra le corde.
Lato A del singolo pubblicato nel 1971 che comprendeva Jimmy, renda-se come lato B.

Tom ZéAntônio José Santana Martins. Irará, 11/10/1936.
  (voz)

Rogério DupratRio de Janeiro, 7/2/1932 - 26/10/2006
  (arranjo, regência, piano preparato)

Lanny GordinAlexander "Lanny" Gordin. Shanghai, 28/11/1951
  (guitarra)

Cláudio
  (baixo elétrico)

Norival
  (bateria)

Guilherme Franco
  (tumbadoras, maracas)

Eu quero ir minha gente
eu não sou daqui
eu não tenho nada,nada,nada
quero ver Irene rir
quero ver Irene dar sua risada

Irene rir,Irene rir Irene rir
Irene rir,Irene rir Irene rir
Quero ver Irene dar sua risada




Note:
   Una delle ultime canzoni che Caetano compose in Brasile (prima dell'esilio), racconta, col suo riso dolente, della malinconia del compositore, separato dai suoi cari. C'è molta sapienza del vocabolo in questo testo apparentemente semplice, ma di denso significato e che ha nello specchio sonoro IR-IRENE-RI una fonte di riverberazioni poetico-musicali di straordinario effetto. La registrazione originale, con lo stesso Caetano, fu fatta nel giugno 1969 (vedi il disco "Caetano Veloso" di quell'anno). Altra registrazione fu fatta nel dicembre 1970 da Tom Zè, compagno delle lotte tropicaliste e uno dei pochi interpreti capaci di tradurre con sottigliezza il codice verbale e sentimentale soggiacente al riso illusorio di questa canzone.
[Augusto de Campos inHistória da Música Popular Brasileira – Caetano Veloso, fascicolo + disco, Abril Cultural, 1972]

É mais que uma "simples" música de saudade do jovem baiano que sentia falta dos seus afetos.
A música tinha sido criada pelo artista na cadeia, porque o sorriso de Irene -uma das irmãs dele-, aberto e sonoro, era o completo oposto daquela realidade. Era uma metáfora da beleza assombrosa em que se destaca a musicalidade rítmica do verso “quero ver Irene rir” e o contraste das guitarras elétricas e o andamento com o que as palavras significavam.

No seu livro Verdade Tropical, Caetano refere assim o acontecimento:
Irene tinha catorze anos então e estava se tornando tão bonita que eu por vezes mencionava Ava Gardner para comentar sua beleza. Mais adorável ainda do que sua beleza era sua alegria, sempre muito carnal e terrena, a toda hora explodindo em gargalhadas sinceras e espontâneas. Mesmo sem violão, inventei uma cantiga evocando-a, que passei a repetir como uma regra: Eu quero ir minha gente/ Eu não sou daqui/ Eu não tenho nada/ Quero ver Irene rir/ Quero ver Irene dar sua risada/ Irene ri, Irene ri, Irene... Foi a única canção que compus na cadeia.