Charles, anjo 45

Oba, oba, oba, Charles
Como é, my friend Charles
Como vão as coisas, Charles
Charles, Anjo 45
Protetor dos fracos e oprimidos
Robin Hood dos morros
Rei da malandragem
Um homem de verdade, com muita coragem
Só porque um dia Charles marcou bobeira
Foi tirar sem querer férias numa colônia penal
Então os malandros otários
Deitaram na sopa
E uma tremenda bagunça o nosso morro virou
Pois o morro que era o céu
Sem o nosso Charles, o inferno virou
Mas Deus é justo e verdadeiro
Pois antes de acabar as férias
Nosso Charles vai voltar
Mais alegria geral
Todo o morro vai sambar
Antecipando o carnaval

Vai ter batucada
Uma missa de ação de graça
Vai ter feijoada
Whisky com cerveja e outras milongas mais
Muita queima da fogos..


© Edições Musicais Helo Ltda.


NOTAS:
   Lançada no Festival Internacional da Canção de 1969, no Rio de Janeiro, com Jorge Ben e acompanhamento do Trio Mocotó, a música não foi aceita, chegando mesmo a ser vaiada devido ao "absurdo" da letra e à forma "monótona" de condução melódica. Pouca gente percebeu a magistral visão do compositor ao conceber uma fantasia cuja ascensão rítmica vinculava-se a um desenvolvimento melódico propositadamente recitativo, mas formando um eloqüente discurso. De maneira geral, uma música contrária às adocicadas revelações daquele festival.
[Nova História da Música Popular Brasileira - Jorge Ben , fascicolo + disco, Abril Cultural, seconda edizione, 1978]

“… Alguém na gravadora Philips inscrevera a música numa fita gravada por Caetano Veloso, sem o conhecimento do autor. A apresentação no FIC, cuja metade final era uma sensacional batucada com apito, pandeiro, cuíca e atabaque, foi calorosamente aplaudida por uns, intensamente vaiada por outros e duramente criticada na imprensa. “Charles Anjo 45” seria um sucesso pouco tempo depois. …”
(Zuza Homem de Mello, A ERA DOS FESTIVAIS – Uma parábola, página 342.)
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