Onde eu nasci passa um rio
Caetano VelosoCaetano Emanuel Viana Teles Veloso. Santo Amaro da Purificação, 7/8/1942.
(voz)
Dori CaymmiDorival Tostes Caymmi. Rio de Janeiro, 6/08/1943
(arranjo, guitarra, direção da produção)
orchestra
(voz)
Dori CaymmiDorival Tostes Caymmi. Rio de Janeiro, 6/08/1943
(arranjo, guitarra, direção da produção)
orchestra
Onde eu nasci passa um rio
Que passa no igual sem fim
Igual sem fim minha terra
Passava dentro de mim
Passava como se o tempo
Nada pudesse mudar
Passava como se o rio
Não desaguasse no mar
O rio deságua no mar
Já tanta coisa aprendi
Mas o que é mais meu cantar
É isso que eu canto aqui
Hoje eu sei que o mundo é grande
E o mar de ondas se faz
Mas nasceu junto com o rio
O canto que eu canto mais
O rio só chega no mar
Depois de andar pelo chão
O rio da minha terra
Deságua em meu coração
© Editora Arlequim
NOTE:
A graça está mais na melodia, que é muito parecida com a de “Upa neguinho”, do Edu Lobo. Eu fiz a música quando estava morando na Bahia e, mais tarde, quando estava em São Paulo, mostrei-a ao Edu e à turma do Zumbi1 . A peça ainda não tinha estreado, eles estavam ensaiando e as músicas eram completamente desconhecidas. Cantei para eles e todo mundo disse: “Parece ‘Upa neguinho’, a música da peça!”. Quando se canta uma e outra, percebe-se a semelhança: “Upa neguinho na estrada, upa pra lá e pra cá...”, “Onde eu nasci passa um rio, que passa no igual sem firn.. ” Mas a melodia de ambas também se parece muito com um baião de Luiz Gonzaga: “Helena, traga a sanfona.. ”
1. Marco da modernização do teatro brasileiro, o musical Arena conta Zumbi (1965), montagem de Augusto Boal, diretor do grupo paulista Arena, tinha música de Edu Lobo e texto de Gianfrancesco Guarnieri. Caetano fala de suas impressões sobre o espetáculo em Verdade tropical (op. cit., no capítulo “Bethània e Ray Charles”).
[Caetano Veloso, Sobre as letras, Editora Schwarcz, São Paulo, 2003]
Que passa no igual sem fim
Igual sem fim minha terra
Passava dentro de mim
Passava como se o tempo
Nada pudesse mudar
Passava como se o rio
Não desaguasse no mar
O rio deságua no mar
Já tanta coisa aprendi
Mas o que é mais meu cantar
É isso que eu canto aqui
Hoje eu sei que o mundo é grande
E o mar de ondas se faz
Mas nasceu junto com o rio
O canto que eu canto mais
O rio só chega no mar
Depois de andar pelo chão
O rio da minha terra
Deságua em meu coração
© Editora Arlequim
NOTE:
A graça está mais na melodia, que é muito parecida com a de “Upa neguinho”, do Edu Lobo. Eu fiz a música quando estava morando na Bahia e, mais tarde, quando estava em São Paulo, mostrei-a ao Edu e à turma do Zumbi1 . A peça ainda não tinha estreado, eles estavam ensaiando e as músicas eram completamente desconhecidas. Cantei para eles e todo mundo disse: “Parece ‘Upa neguinho’, a música da peça!”. Quando se canta uma e outra, percebe-se a semelhança: “Upa neguinho na estrada, upa pra lá e pra cá...”, “Onde eu nasci passa um rio, que passa no igual sem firn.. ” Mas a melodia de ambas também se parece muito com um baião de Luiz Gonzaga: “Helena, traga a sanfona.. ”
1. Marco da modernização do teatro brasileiro, o musical Arena conta Zumbi (1965), montagem de Augusto Boal, diretor do grupo paulista Arena, tinha música de Edu Lobo e texto de Gianfrancesco Guarnieri. Caetano fala de suas impressões sobre o espetáculo em Verdade tropical (op. cit., no capítulo “Bethània e Ray Charles”).
[Caetano Veloso, Sobre as letras, Editora Schwarcz, São Paulo, 2003]