Geléia geral
Gilberto GilGilberto Passos Gil Moreira. Salvador de Bahia, 29/6/1942.
(voz)
Rogério DupratRio de Janeiro, 7/2/1932 - 26/10/2006
(arranjo)
(voz)
Rogério DupratRio de Janeiro, 7/2/1932 - 26/10/2006
(arranjo)
Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia
Resplandente, cadente, fagueira num calor girassol com alegria
Na geléia geral brasileira que o Jornal do Brasil anuncia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
A alegria é a prova dos nove e a tristeza é teu porto seguro
Minha terra é onde o sol é mais limpo e Mangueira é onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva-selvagem, Pindorama, país do futuro
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
É a mesma dança na sala, no Canecão, na TV
E quem não dança não fala, assiste a tudo e se cala
Não vê no meio da sala as relíquias do Brasil:
Doce mulata malvada, um LP de Sinatra, maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano, superpoder de paisano, formiplac e céu de anil
Três destaques da Portela, carne-seca na janela, alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade, hospitaleira amizade, brutalidade jardim
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
Plurialva, contente e brejeira miss linda Brasil diz "bom dia"
E outra moça também, Carolina, da janela examina a folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos e a saúde que o olhar irradia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
Um poeta desfolha a bandeira e eu me sinto melhor colorido
Pego um jato, viajo, arrebento com o roteiro do sexto sentido
Voz do morro, pilão de concreto tropicália, bananas ao vento
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
Note:
Enaltecida pelos teóricos progressistas da MPB, mas ao mesmo tempo criticada pelos conservadores como "manifestação de puro deboche, sem qualquer interesse de perpetuidade", Geléia geral apareceu na fase áurea do tropicalismo.
Na letra que Torquato Neto fez para esse "bumba-iê-iê-boi", convivem lado a lado o tradicional (doce mulata malvada, Mangueira, céu de anil, carne seca na janela) e o moderno (Canecão, TV, LP de Sinatra, formiplac), revelando o caráter contraditório de nossa realidade. A orquestração tem papel importante nesse todo. Notem-se, por exemplo, os tamborins da escola de samba que entram no momento em que Gil fala dos destaques da Portela. Esses comentários de Duprat dão um efeito de distanciamento que amplia a intenção crítica da letra. Alguns críticos consideram Geléia geral a música mais importante do tropicalismo.
[Nova História da Música Popular Brasileira Gilberto Gil , fascicolo + disco, Abril Cultural, seconda edizione, 1978]
Leia mais em
Resplandente, cadente, fagueira num calor girassol com alegria
Na geléia geral brasileira que o Jornal do Brasil anuncia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
A alegria é a prova dos nove e a tristeza é teu porto seguro
Minha terra é onde o sol é mais limpo e Mangueira é onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva-selvagem, Pindorama, país do futuro
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
É a mesma dança na sala, no Canecão, na TV
E quem não dança não fala, assiste a tudo e se cala
Não vê no meio da sala as relíquias do Brasil:
Doce mulata malvada, um LP de Sinatra, maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano, superpoder de paisano, formiplac e céu de anil
Três destaques da Portela, carne-seca na janela, alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade, hospitaleira amizade, brutalidade jardim
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
Plurialva, contente e brejeira miss linda Brasil diz "bom dia"
E outra moça também, Carolina, da janela examina a folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos e a saúde que o olhar irradia
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
Um poeta desfolha a bandeira e eu me sinto melhor colorido
Pego um jato, viajo, arrebento com o roteiro do sexto sentido
Voz do morro, pilão de concreto tropicália, bananas ao vento
Ê, bumba-yê-yê-boi ano que vem, mês que foi
Ê, bumba-yê-yê-yê é a mesma dança, meu boi
Note:
Enaltecida pelos teóricos progressistas da MPB, mas ao mesmo tempo criticada pelos conservadores como "manifestação de puro deboche, sem qualquer interesse de perpetuidade", Geléia geral apareceu na fase áurea do tropicalismo.
Na letra que Torquato Neto fez para esse "bumba-iê-iê-boi", convivem lado a lado o tradicional (doce mulata malvada, Mangueira, céu de anil, carne seca na janela) e o moderno (Canecão, TV, LP de Sinatra, formiplac), revelando o caráter contraditório de nossa realidade. A orquestração tem papel importante nesse todo. Notem-se, por exemplo, os tamborins da escola de samba que entram no momento em que Gil fala dos destaques da Portela. Esses comentários de Duprat dão um efeito de distanciamento que amplia a intenção crítica da letra. Alguns críticos consideram Geléia geral a música mais importante do tropicalismo.
[Nova História da Música Popular Brasileira Gilberto Gil , fascicolo + disco, Abril Cultural, seconda edizione, 1978]
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- A CANÇÃO NO TEMPO - 85 anos de músicas brasileiras, de Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello
Il poeta sfoglia la bandiera
E il mattino tropicale inizia
Risplendente, incandescente, tenero
In un calore girasole con allegria
Nella gelatina generale brasiliana
Che il Jornal do Brasil annuncia
È bumba-iê-iê-boi
Anno che viene, mese che fu
E bumba -iê-iê-iê
È la stessa danza, mio bove
L'allegria è la prova del nove
La tristezza il tuo porto sicuro
La mia terra dove il sole è più chiaro
In Mangueira dove il samba è più puro
Tamburo nella selva selvaggia
Pindorama paese del futuro
È bumba-iê-iê-boi...
È la stessa danza nella sala, al Canecão alla Tv
E chi non balla, non parla
Assiste a tutto e rimane in silenzio
Non vede in mezzo alla sala
Le reliquie del Brasile:
Dolce mulatta malvagia
Un ellepì di Sinatra
Maracujá, mese di aprile
Santo barocco baiano
Superpotere del borghese
Formiplac e cielo indaco
Tre maschere di Portela
Carne secca alla finestra
Qualcuno che piange per me
Un vero carnevale
Amicizia ospitale
Brutalità e giardino
È bumba-iê-iê-boi...
Plurialba, contento, graziosa
Miss Bellezza Brasile dice buongiorno
Un'altra ragazza, anche, Carolina
Dalla finestra a esamina la baraonda
Salve al bello stendardo dei suoi occhi
E alla salute che irradia lo sguardo
È bumba-iê-iê-boi...
Il poeta sfoglia la bandiera
E io mi sento meglio colorato
Prendo un aereo, viaggio, rompo
Con la guida dei sesto senso
Voce della Collina
Mortaio di cemento
Tropicalia
Banane al vento
La traduzione è di Paolo Scarnecchia
E il mattino tropicale inizia
Risplendente, incandescente, tenero
In un calore girasole con allegria
Nella gelatina generale brasiliana
Che il Jornal do Brasil annuncia
È bumba-iê-iê-boi
Anno che viene, mese che fu
E bumba -iê-iê-iê
È la stessa danza, mio bove
L'allegria è la prova del nove
La tristezza il tuo porto sicuro
La mia terra dove il sole è più chiaro
In Mangueira dove il samba è più puro
Tamburo nella selva selvaggia
Pindorama paese del futuro
È bumba-iê-iê-boi...
È la stessa danza nella sala, al Canecão alla Tv
E chi non balla, non parla
Assiste a tutto e rimane in silenzio
Non vede in mezzo alla sala
Le reliquie del Brasile:
Dolce mulatta malvagia
Un ellepì di Sinatra
Maracujá, mese di aprile
Santo barocco baiano
Superpotere del borghese
Formiplac e cielo indaco
Tre maschere di Portela
Carne secca alla finestra
Qualcuno che piange per me
Un vero carnevale
Amicizia ospitale
Brutalità e giardino
È bumba-iê-iê-boi...
Plurialba, contento, graziosa
Miss Bellezza Brasile dice buongiorno
Un'altra ragazza, anche, Carolina
Dalla finestra a esamina la baraonda
Salve al bello stendardo dei suoi occhi
E alla salute che irradia lo sguardo
È bumba-iê-iê-boi...
Il poeta sfoglia la bandiera
E io mi sento meglio colorato
Prendo un aereo, viaggio, rompo
Con la guida dei sesto senso
Voce della Collina
Mortaio di cemento
Tropicalia
Banane al vento
La traduzione è di Paolo Scarnecchia