No dia que eu vim-me embora

Registrato il 9 gennaio 1968 (vedi il disco Caetano Veloso di quell'anno)

No dia em que eu vim-me embora
Minha mãe chorava em ai
Minha irmã chorava em ui
E eu nem olhava pra trás
No dia que eu vim-me embora
Não teve nada de mais

Mala de couro forrada com pano forte, brim cáqui
Minha avó já quase morta
Minha mãe até a porta
Minha irmã até a rua
E até o porto meu pai
O qual não disse palavra durante todo o caminho
E quando eu me vi sozinho
Vi que não entendia nada
Nem de pro que eu ia indo
Nem dos sonhos que eu sonhava
Senti apenas que a mala de couro que eu carregava
Embora estando forrada
Fedia, cheirava mal

Afora isto ia indo, atravessando, seguindo
Nem chorando, nem sorrindo
Sozinho pra Capital
Nem chorando nem sorrindo
Sozinho pra Capital
Sozinho pra Capital
Sozinho pra Capital
Sozinho pra Capital


© Editora Musiclave / Gege Edições Musicais Ltda


Nota:
  Testo di Caetano, musica in collaborazione con Gil; scritta prima di Alegria, alegria, questa composizione pone in evidenza il profondo radicamento dei due baiani nella canzone nordestina. Mette in versi un tema tipicamente caymmiano - l'emigrazione verso il sud -, ma senza quella affettazione di Peguei um Ita no norte o Saudade da Bahia. La poetica di Caetano è di una tragicità asciutta e realista, nuda e cruda, e di una immensa sottigliezza del vocabolo, visibile nella precisione epigrammatica con la quale presente il sentimento della separazione. Minha mãe chorava em ai / Minha irmã chorava em ui / ... / Minha mãe até a porta / ... / E até o porto meu pai
[Augusto de Campos in História da Música Popular Brasileira - Caetano Veloso, fascicolo + disco, Abril Cultural, 1972]