O VIOLÃO E O SAMBA
LUIZ BONFÀ

Copertina
Durata:
00:28:11
Classificazione:
POP
BOSSA NOVA
1o disco / A. Registraz.
1962
Pubblicato nel:
2008
Etichetta / CODICE:
EMI Brasil
509992 1674020
EMI Odeon Brazil
SMOFB 3295
Formato:
logo
Note:
Numa converse despretensiosa de bar, um amigo comum, referindo-se a uma reunião a que estivera presente, lamentou-se sinceramente:

- "Imagine que eu era o ÚNICO que não sabia tocar violão; até aquele analfabeto do Ernesto, que só faz "dó maior" meteu la o que sabia; nunca fui tão humilhado:.."

Pensei, então: "E dizer que, anos atrás, violão era instrumento de desocupado e que poucas pessoas se arriscavam a tocá-lo em público..."

Sinal dos tempos, é verdade. O violão, agora, é chic; até presidente da Republica toma as suas aulinhas entre uma crise política e outra; moça de família que não toca violão não é moca prendada; os homens estão divididos em duos partes: os que tocam e os que não tocam violão!

LUIZ BONFÁ, por exemplo, é dos que tocam violão E quando digo que LUIZ BONFÁ toca violão estou querendo dizer que o violão mais bem tocado do Brasil atende pelo nome de LUIZ BONFA - nome que muito músico de fama nos Estados Unidos sabe de cor, nome que muito músico de categoria na Europa inveja o estilo e a "puxada". Sim porque a "puxada", sobretudo, de LUIZ BONFÁ é qualquer coisa de genial, quer nos acordes compactos; quer na marcação dos beats em defasamento. E quem não "tem" a privilegiada mão direita de LUIZ BONFÁ, das duas uma: ou procura aproximar-se dela, através de exercícios (como o proprio Bonfá sugeriu ao famoso guitarrista Johnny Smith), ou fica na base da inveja propriamente dita, pelo fato de não ter nascido com idêntica mão direita.

Nesta produção ODEON, o violão de BONFÁ é um acontecimento no civil e no religioso. Os melhores sambas foram selecionados com bom gosto e, como que,, renascem a cada interpretação de LUIZ BONFÁ, artista que destrói o pessimismo do autor destas linhas quando diz, freqüentemente, que estamos no primado da máquina; o homem esqueceu sua infância, tudo; no seu progresso vertiginoso, é ele, agora, o Demiurgo - criador e capataz de máquinas, máquinas que são capazes de pensar em alguns segundos e resolver problemas que toda uma equipe de sábios levaria anos para tal; cérebros já compuseram músicas e poemas; amanhã esses cérebros formularão julgamentos; a obra de arte será reduzida a fichas Hollerith, que a máquina examinará, destrinchará e devolverá em opinião; depois, cada um de nós poderá encomendar nos Estudos Unidos um poematizador eletrônico de alta fidelidade, com registros calibrados para todas as correntes literárias; é só apertar o clássico botãozinho e pronto: teremos um poema fabricado no mais puro estilo; porque foi-se o tempo em que a base da obra de arte encontrava no homem a sua natureza e a natureza última e eterna dos coisas.

BONFÁ ainda é arte pura. Autentica. Seu violão é antológico e, por isso, incomoda a mediocridade violonistica do mundo.

Nesta produção, o Senhor Violão chamado LUIZ BONFÁ é honrado com a segurança de Edson Machado (Bateria), o talento desse todo bom Tião Neto (contrabaixo) e pelos doutores em ritmo Luiz Carlos Vinhas e Chico Feitosa.
RICARDO GALENO

P.S. - A produção é do menino Paulo Tito nortista do comer á cabeça e um violão que BONFÁ acha legal de sorriso e de tapinha no ombro.
R. G.
[note di copertina dell'LP originale]
1 Inquietação
(Ary Barroso)
02:27
2 Nossos momentos
(Haroldo Barbosa, Luís Reis)
02:35
3 Meu nome é ninguém
(Haroldo Barbosa, Luís Reis)
01:45
4 Lamento no morro
(Vinicius de Moraes, Antônio Carlos Jobim)
02:10
5 Pastorinhas
(Noel Rosa, João De Barro [Braguinha])
02:40
6 Você chegou sorrindo
(Luiz Bonfà)
02:27
7 Murmúrio
(Luiz Antônio, Djalma Ferreira)
02:31
8 Liberdade demais
(Hélio Nascimento, Mariano Filho)
01:57
9 Amor em Brasília
(Luiz Bonfà)
02:19
10 Saudade da Bahia
(Dorival Caymmi)
02:31
11 Copacabana
(Alberto Ribeiro, João De Barro [Braguinha])
02:04
12 Amor de solidão
(Luiz Bonfà, Maria Helena Toledo)
02:43

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